VC VIANA SOMA ÊXITOS
APESAR DAS ADVERSIDADES


O Voleibol Clube de Viana é um clube sui generis. Constituído em 10/Junho/1995, deriva da autonomização da secção de Voleibol do Sport Clube Vianense, o clube de futebol de Viana do Castelo, Apesar de afastado das grandes pólis e centros desportivos e universitários, tem crescido muito nos últimos anos, com uma ascensão quase meteórica dos seniores masculinos (da III Divisão para a II Divisão e, com o título neste escalão, a subida ao escalão principal), que se deve, e muito, a uma grande aposta na Formação. Os dividendos dessa aposta são visíveis na presença na I Divisão e na organização de um torneio que movimenta já largas dezenas de equipas e cerca de um milhar de atletas.
E estão já novos projectos na forja, que incluem o sector feminino, onde o número de atletas não para de crescer.
O segredo do sucesso parece residir no regresso dos filhos pródigos, que transmitem agora os seus conhecimentos e experiência aos mais novos, passando o testemunho aos futuros sustentáculos do clube.




Paulo Alves,
antigo jogador que pertenceu à primeira equipa federada de Voleibol em Viana do Castelo, na época de 1972/73 – no escalão de Juniores representando o então Liceu Nacional de Viana do Castelo, preside agora aos destinos do VC Viana.
  

O VC Viana realizou um feito digno de realce, praticamente só com a prata da casa, subiu degrau a degrau até atingir a I Divisão…

PAULO ALVES:
“É um facto que a nossa aposta ao longo destes 21 anos de vida do Voleibol Clube de Viana tem sido sempre, acima de tudo, a Formação.
Apesar de logo no primeiro ano de actividade termos alcançado um título da III Divisão, ao longo dos últimos anos o nosso percurso tem sido feito com os atletas da formação e com aqueles que têm feito o seu desenvolvimento a nível de Voleibol aqui no clube, que conseguiram chegar ao escalão sénior e muito honradamente rubricaram o feito de termos uma equipa na I Divisão, pela primeira vez na história do clube e da cidade. O que é muito importante pois funciona como um óptimo exemplo para todas estas gerações e para estas camadas jovens, que vêem nessa equipa o espelho daquilo que poderão atingir.
É nosso intuito manter sempre um escalão sénior digno e que reflicta aquilo que foi todo o trabalho de formação ao longo dos anos”.

 

Nesse percurso, ajudou decisivamente o facto de terem conseguido recuperar alguns atletas formados aqui?

PA: “Esse é um aspecto que nos orgulha. Sempre consideramos que o Voleibol, mais do que uma mera actividade desportiva, é um desporto onde se cria uma formação para a vida no desenvolvimento global dos atletas. E para isso também tem contribuído um pouco o nosso cuidado em ter bons técnicos, bons formadores, porque mais do que desenvolver a técnica do Voleibol, num meio tão pequeno como este, em Viana do Castelo, é importante formar cidadãos através do desporto e vemos com muito orgulho que um conjunto de atletas que fizeram aqui a sua formação e que depois partiram para outros clubes, ao serviço dos quais militaram na I Divisão, responderam ao chamamento que o clube fez há alguns anos e vieram trabalhar connosco, no clube que lhes deu formação. Alguns regressaram profissionalmente à região de Viana e isso permitiu-lhes trabalhar no clube não só como como técnicos, mas também como jogadores e dar o seu exemplo…”


Por falar em exemplo, o VC Viana pode servir como «modelo» com o seu trabalho sustentado na Formação?

PA: “Temos tentado ao longo dos anos fazer um trabalho sério na formação. Deparamo-nos com um obstáculo de monta, que é o problema das periferias: como não temos aqui uma grande resposta universitária, muitos dos nossos atletas, depois de fazerem o 12.º ano, vão para Braga, Porto ou Aveiro. Alguns ficam cá: vêm treinar três/quatro vezes por semana e regressam ao Porto porque é lá que estão a estudar. Isso é um handicap relativamente grande.
É verdade que temos exemplos muito recentes de atletas que percorreram no clube toda a Formação, fizeram ainda um ano de seniores no Voleibol Clube de Viana e depois foram para a Universidade do Minho e estão neste momento no Vitória a fazer o seu percurso natural. Se calhar, daqui a uns anos, quando estabilizarem a sua vida profissional, pode ser que voltem ao VC Viana.
Sabemos que muitas vezes estamos a formar atletas que vão ser captados para outros clubes, mas isso deve-se a uma conjuntura que decorre da nossa localização, pois se estivéssemos no Porto, por exemplo, não teríamos este handicap. Ainda assim, a nossa aposta continuará a ser, acima de tudo, na Formação”.


Com essa aposta praticamente ganha, agora vão recuperar os seniores femininos…

PA: “É também uma aposta que estamos a fazer. Logo nos primeiros anos de existência, o clube já teve o escalão de seniores femininos. O Voleibol feminino tem sempre um número maior de praticantes do que o masculino e o que se passa hoje aqui é um pouco o reflexo disso. Penso que isto também é salutar para o Voleibol e mostra que o Voleibol está vivo no clube.
Tudo se conjugou no sentido de formar a equipa: um grupo de atletas juniores juntou-se a um grupo de atletas seniores que não estavam enquadradas e constituíram uma equipa para voltarem ao escalão sénior”.



  “O Viana Volley Cup tem-se afirmado
 e isso tem sido bom para a região” 



O Voleibol Clube de Viana é conhecido, também, pelo torneio que organiza anualmente e que tem movimentado milhares de atletas.

PA:
“O Viana Volley Cup vai cumprir a sua sexta edição. Este ano realiza-se entre os dias 26 e 29 de Dezembro. É um torneio que queremos manter vivo e que teve a sorte de ocupar um espaço livre, pois havia muito torneios na Páscoa e no Verão.
Começou por ser uma experiência no sentido de ocupar o tempo livre entre o Natal e o Ano Novo, em que há tradicionalmente uma quebra na competição. Havia ali um espaço vazio e, quando arrancou, foi só com meia dúzia de equipas convidadas. A resposta foi tão boa que o torneio foi crescendo, crescendo e no ano passado registámos um recorde de cerca de mil atletas inscritos, mais de 25 clubes e 82 ou 83 equipas a participar durante três dias, com nove campos de Voleibol em actividade desde as 9h00 da manhã até às 23h00, São três dias de animação profunda de Voleibol e é muito importante porque temos todos os nossos escalões de formação envolvidos.
Tem muito significado para nós porque afirmarmos a cidade de Viana do Castelo no Voleibol, todas as referências e as respostas dos clubes que nos visitam durante o torneio têm sido extremamente positivas e a prova disso é que são todos reincidentes, digamos assim, na competição.
No Natal, e ainda com competições a decorrer, as equipas vêm a este torneio com a intenção de se estudarem umas às outras, numa perspectiva mais lúdica, mas que também serve para os clubes fazerem essa análise das equipas adversárias dentro de cada escalão. Também por isso o torneio ganhou o seu espaço e tem-se afirmado e isso tem sido bom para o clube, para a cidade e para a região”.


A cada vez maior visibilidade do VC Viana tem sido benéfica para o clube em termos de apoios?

PA:
“O torneio e o percurso da equipa de seniores masculinos têm aberto algumas portas. Tem havido sempre uma profícua colaboração por parte da Câmara Municipal de Viana do Castelo, à semelhança do que esta faz com uma série de outras modalidades,
Muitas vezes fala-se em Viana e nos desportos náuticos, pois a cidade tem tradição náutica, no remo, na canoagem, na vela, mas os clubes com outras modalidades, como o Voleibol Clube de Viana, têm tido por parte da Autarquia um apoio muito forte.
É evidente que isto traduz o reconhecimento daquilo que tem sido a nossa aposta, não só na equipa sénior como na formação, na ocupação dos jovens, na constante utilização dos espaços municipais para treino; tudo isto é reconhecido pela Autarquia. Por outro lado, ao nível do comércio e das empresas, das indústrias, é evidente que nós vivemos aqui num espaço limitado desse ponto de vista, com alguma aceitação, mas o tecido empresarial não é muito forte e portanto é um bolo mais pequeno a distribuir por muitos.
Esperamos é que isto também se reflicta na competição e em mais atletas para o clube, pois estes acabam por ser a garantia da sustentabilidade da estrutura do clube”.




  “Xipo: “O primeiro objectivo é formar pessoas,
  mas a competitividade está sempre presente” 


João Franco, mais conhecido no meio voleibolístico por Xipo, é um dos jogadores mais carismáticos do VC Viana, o que o fez aceitar o convite para jogar na equipa sénior e, simultaneamente, coordenar a Formação do clube vianense.

A primeira aposta na Formação está consolidada com o regresso ao clube de jogadores naturais de Viana do Castelo ou formados em clubes da região?

JOÃO FRANCO:
“No ano passado, tivemos oportunidade de reunir malta da casa, que estava a jogar fora há alguns anos e estamos a conseguir elevar o Voleibol do Viana a outro patamar, não só a nível de seniores masculinos mas também no que diz respeito à Formação.
Estou a gostar do trabalho que estou a desenvolver com os mais jovens, alguns estão a formar-se, outros já apresentam alguma qualidade, mas, acima de tudo, nota-se uma evolução grande”.


Após ter jogado noutros clubes da I Divisão, o que sente ao representar o clube da sua terra?

JF: “O trabalho, o gosto pela modalidade e o profissionalismo são os mesmos, mas creio que sentimos mais os jogos e o próprio empenho com que treinamos é diferente. Depois, há o trabalho com a Formação…. Creio que é mais fácil o trabalho como jogador do que como coordenador [Risos].
Este também é o primeiro ano que estou a coordenar e está a dar mais trabalho do que eu pensava, mas tenho tido um feedback muito positivo por parte dos meus colegas e isso é factor de motivação”.


Também se aprende ao treinar os miúdos?

JF: “Aprende-se e é uma alegria enorme vê-los evoluir e crescer como pessoas, desde os mais pequeninos até aos velhos. Sou professor de Educação Física e, assim, derivado à minha vocação profissional e ao facto de o Voleibol ser a minha paixão, tudo se conjuga para a realização de um bom trabalho na Formação.
O primeiro objectivo do clube é formar estes atletas como pessoas, mas a competitividade está sempre presente e, embora o Voleibol Clube de Viana seja já uma referência a nível regional, queríamos colocá-lo noutro patamar e queríamos também que os nossos adversários dissessem que é complicado defrontar o VC Viana e é esse espírito competitivo que procuramos incutir nas nossas equipas”.


Veio ajudar nesse processo o facto de terem uma equipa na I Divisão de masculinos e irem agora retomar a equipa de seniores femininos?

JF: “Queríamos subir e fomos buscar jogadores da casa, experientes e que apareciam como ídolos para os escalões de formação, casos do Ricardo Lima ou do Fabrício Barros. Quando os miúdos são treinados por jogadores que são referências a nível nacional, nota-se o brilho no seu olhar e isso é muito importante para criar qualidade no grupo de trabalho em termos competitivos”.


Acham que é possível, num futuro próximo, o VC Viana vir a ter as suas equipas compostas por praticamente só jogadores oriundos da região?

JF:
“Esse é o nosso objectivo, mas como não temos universidades por perto, quando os jogadores chegam a juniores vão para o Porto e aí temos sempre pelo menos quatro anos em que eles não estão connosco. Temos de melhorar alguma coisa e não os deixar ir embora, fazendo-os ver que mesmo não estando cá a viver podem vir jogar para o clube, pois isso é benéfico para eles e para nós.
Também contamos com o Viana Volley Cup. Estive três épocas no SC Caldas, mas tinha conhecimento que o Leonel Salgueiro e o Luís Magalhães tinham criado um óptimo torneio e quando vinha a Viana do Castelo via a cidade animada com o Voleibol e sentia-me muito contente com isso.
Ter mil atletas a jogar Voleibol durante três dias, é muito bom para o clube, para a cidade e para o Voleibol e cada ano que passa nota-se uma evolução quantitativa e qualitativa”.

 


  A PALAVRA AOS HISTÓRICOS 




  Luís Paço; «A formação é que tem de sustentar o clube» 

 


Luís Paço é jogador dos seniores e treinador dos iniciados masculinos.

LUÍS PAÇO: “Eu já iniciei o percurso de treinador há alguns anos. Este ano estou a começar a trabalhar com a equipa de Iniciados masculinos. É um desafio assaz interessante, pois neste momento temos muitas dificuldades em arranjar atletas para os escalões masculinos, já que os rapazes têm um leque de escolhas de modalidades para praticar muito vasto. Creio que é um problema a nível nacional e que afecta igualmente outras modalidades.
No feminino, não sentimos esse problema e temos muitas atletas”.
 

Como se pode cativar os rapazes?

LP:
“O mais difícil mesmo é trazê-los aqui, pois quando vêm, começam a gostar, a fazer amizades e tudo se torna mais fácil.
Temos feito captação nas escolas e estamos a ter algum retorno, pois já temos um atleta de Ponte da Barca, outro de Ponte de Lima, que já se integrou na equipa.
Agora, temos de trabalhar muito e acompanhar estes atletas, para eles chegarem aos seniores.
Viana do Castelo é a cidade onde nasci, onde me formei, não no VC Viana, mas no SC Vianense. Joguei em vários clubes e, há três anos, o Prof. Leonel Salgueiro convidou-me para vir para o VC Viana, que na altura estava na III Divisão, para jogar nos seniores e pegar numa equipa da formação e começar o meu trajecto como treinador, que, no fundo, era o que eu pretendia.
Sempre quis fazer passar o que eu apreendi enquanto jogador para os jovens para estes fazerem, em dia, o seu percurso como atletas”.


Visto por esse prisma, o futuro do clube afigura-se risonho?

LP:
Neste momento, nos seniores, só temos três atletas que não foram formados aqui na cidade de Viana, o que diz alguma coisa.
Sim, creio que o futuro poderá ser risonho, pois temos equipas de cadetes, juvenis e juniores, com três / quatro atletas com perspectivas de integrarem a equipa de seniores, dois dos quais se calhar já para o ano, e agora estamos a começar com os minis e iniciados para daqui a alguns anos, selecionar mais três / quatro já que a formação é que tem de sustentar o clube, pois neste momento há dificuldades financeiras e temos de apostar na nossa formação para ter uma equipa sénior competitiva”.

 



  Capitão Sebastião Vitoriano: “Transmitir aos mais jovens
 que foi com o nosso trabalho que chegámos à I Divisão" 

 

Sebastião Vitoriano, capitão dos seniores, é um jogador made in VC Viana, personificando a maneira de pensar do VC Viana e a sua aposta nos jogadores formados no clube.

O que é que o fez continuar ao longo de todo o percurso como jogador fiel ao clube?

SEBASTIÃO VITORIANO:
“Pensamos sempre que vai ser o nosso último ano, mas, depois, vemos o nosso trabalho dar os seus frutos, como a subida de divisão, e queremos continuar.
O que nos faz continuar aqui ano após ano tem um pouco a ver com o que aconteceu no ano passado: sermos campeões da II Divisão. Subirmos ao escalão principal praticamente só com jogadores da casa, o que representou a concretização de um sonho. Agora, poder disputar uma I Divisão motiva logicamente qualquer um e por isso estamos cá de novo”.


O facto de ser o capitão e um atleta formado no VC Viana atribui-lhe uma determinada responsabilidade, principalmente diante dos mais novos.

SV:
“Sim, tenho responsabilidade, mas consigo reparti-la praticamente pela equipa toda. Não é um peso, pois a nossa equipa é composta por jogadores muito experientes e eu acho que sou um bocadinho a cara deles todos. Todos temos um papel importante e em relação aos miúdos, eu e o grupo de jogadores mais experientes da nossa equipa conseguimos transmitir-lhes os valores do clube e aquilo que o VC Viana pretende que eles sejam”.


Uma mensagem do capitão…

SV:
“Penso que a melhor mensagem que posso transmitir aos mais jovens é que acreditem que podem chegar ao nível a que chegámos e que sempre constituiu uma espécie de miragem, um sonho e vejam que o trabalho compensa mesmo, pois foi com o nosso trabalho que chegámos à I Divisão. E o que eu lhes posso dizer é que acreditem sempre, acreditem no clube, nas pessoas que estão por trás porque agora há um objectivo, que é poder jogar numa primeira divisão.
Creio que essa mensagem já está a ser passada há algum tempo, pois o torneio Viana Volley Cup bate recordes de participação todos os anos e move muita gente. Creio que é um torneio muito importante também para a cidade, porque leva a cidade para fora e traz muito miúdos, que têm a oportunidade de defrontar muitas e diferentes equipas.”




  Ricardo Lima: “Tenho visto 
muitos jogadores com potencial”  

 


Ricardo Lima
é um dos jogadores seniores mais famosos do VC Viana. Regressou ao clube da sua região após ter vencido a Taça de Portugal ao serviço do Castelo da Maia GC e ter representado a Selecção Nacional que conquistou o Torneio dos 60 Anos da FPV.
 

Como é ser visto como um ponto de referência pelos outros jogadores do VC Viana?

RICARDO LIMA: “Em primeiro lugar, é um orgulho enorme, pois comecei a jogar aqui, neste pavilhão e neste clube, e com quase toda a certeza vai ser neste clube que eu vou acabar a minha carreira de jogador e é muito importante passar, pelo menos, a minha experiência para os atletas da Formação, para eles perceberem que há um longo caminho a percorrer para atingirmos os objectivos que ambicionamos. No meu caso, foi passar pelo mais alto nível, o que incluiu a Selecção Nacional, e depois regressar à casa onde nasci e cresci como jogador.
Estamos limitados a âmbito regional, neste caso à cidade em que vivemos, Viana do Castelo parece perto mas é praticamente longe de tudo, do Porto, de Braga, etc. e estamos aqui um bocadinho isolados. Tem a ver com a captação que vamos fazendo com a interacção e cooperação com as escolas, temos de saber cativar os atletas e procurar mostrar um pouco da cultura desportiva que se vive no clube para os motivar e manter cá e, o que é mais importante, que eles também passem a mensagem aos seus amigos para que estes venham novamente para cá e temos trabalhado muito nisso. Devemos valorizar o desporto, especialmente o Voleibol, aqui em Viana através, sobretudo, do compromisso”.


Esse compromisso passa pela interacção com outros clubes e instituições?

RL:
“Um dos pontos de referência deste clube é o Viana Volley Cup, disputado sempre na época natalícia. Cada vez tem havido mais inscrições e aumentado o número de atletas e de clubes que se juntam a esta organização e também é uma boa forma de podermos mostrar um pouco do que fazemos no VC Viana e que temos capacidade de organizar torneios de grandes dimensões e com o que de melhor há a nível de Voleibol”.


Quando olha para os treinos diários ou para as equipas nos torneios, vê algum jogador que evidencia já algum talento?

RL: “Tenho visto muitos jogadores com potencial, principalmente entre os mais novos, quer nos masculinos quer nos femininos. O feminino está em pleno crescimento no clube; o masculino passou por alguma estagnação, mas eu creio que com a equipa de seniores agora no escalão principal, vai começar a crescer.
Mas o mais importante é ver que eles estão cá e têm prazer em estar aqui e só depois futuramente é que vamos ver se podem dar jogadores de elite ou de eleição, mas o mais importante é estarem aqui no seu clube e a praticarem a sua modalidade preferida”.




  Hugo Madruga: “Tudo passa pelos miúdos, a curto ou a médio prazo, aparecerem na equipa sénior”  



O trabalho produzido nos escalões de Formação vai parar às mãos de Hugo Madruga. Por vezes a colheita é boa, pelo que treinador dos seniores masculinos defende a aposta do clube:

HUGO MADRUGA: “É uma aposta consciente e realizada por um clube bem organizado. Creio que devemos continuar a apostar na Formação pois estamos a colher frutos deste modelo.
Não há modelos únicos e o nosso deve-se a determinadas caraterísticas geográficas e não só, pelo que poderá não resultar em clubes localizados noutras regiões. Cada região deve procurar o seu próprio modelo e na melhor maneira de o trabalhar e ir ao encontro daquilo que pretende; estabelecer directrizes e acreditar sempre na forma como se trabalha.
Esta época, o objectivo principal da equipa sénior é não descer de divisão, vamos lutar para nos classificarmos nos oito primeiros já na primeira fase. O campeonato é competitivo, as outras equipas parecem-me equilibradas, não aponto nenhuma como teoricamente mais fraca”.


Mais do que subir a pulso, podemos dizer que o VC Viana subiu com a garra de quem luta por algo que sente que é seu?

HM: “O clube veio da III Divisão, subiu à Segunda e depois à Primeira, sempre com a prata da casa. , o que é sempre motivador para os jogadores e para o próprio clube.
Os clubes em Portugal deviam apostar na Formação, pois todos sairiam a ganhar: o nosso País, o nosso Voleibol e a nossa Selecção, que é a face do nosso Voleibol e um objectivo de qualquer jogador.
Estamos no escalão que pretendíamos e, agora, vamos continuar a apostar nos jovens desta casa, tentando que um ou outro jogador que venha de fora possa trazer mais experiência.
Esta aposta do VC Viana, que é um clube que vive muito a região em que está inserido.
O certo é que tem um trajecto de sucesso, já está na I Divisão, e todos desejamos que continue nessa senda”.


Os seniores masculinos vão passar a ter a «concorrência» dos seniores femininos…

HM
: “Os femininos reiniciam este ano e ainda vão precisar de alguns anos para estabilizar a equipa.
Quem sabe se a Formação, que neste momento está a trabalhar muito bem, poderá ver aí uma meta a atingir.
É fundamental para a cultura de um clube formar atletas, pois, apesar de estarmos próximos do Porto, não pertencemos ao centro do Voleibol, não é a mesma coisa que estar em Espinho, Esmoriz ou Aveiro, essas são as zonas do Voleibol.
Assim, e também como o clube não tem condições financeiras para fazer grandes contratações, para nós a Formação desempenha um papel mais relevante, pois tudo passa pelos miúdos, a curto ou a médio prazo, aparecerem na equipa sénior”.


Historial (Títulos)

- 3 títulos de Campeão Nacional da III Divisão – Seniores Masculinos - 1995/1996, 2006/2007 e 2013/2014;
- 1 título de Campeão Nacional da II Divisão – Seniores Masculinos – 2008/09;
- 1 título de Campeão Nacional de Duplas – Ar Livre – Juniores Masculinos – 2005/2006;
- 1 Taça Nacional da III Divisão – Seniores Masculinos – 2012/2013
- 1 título de Campeão Nacional da II Divisão – Seniores Masculinos – 2015/2016, que garantiu o acesso à divisão maior do Voleibol nacional – a I Divisão.



Dezembro 2016
 


 

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