Clube festeja 107 anos com os
olhos postos nos mais novos
"LEIXÕES SC ESTÁ NO BOM CAMINHO"!

Os atletas que passam pelo Voleibol
leixonense ficam eternamente ligados a essas fortes raízes desportivas.
Afirmam, com orgulho, que pertencem ao clube com mais títulos nacionais na I
Divisão (masculinos + femininos) e pretendem aumentar ainda mais a contagem,
com a confiança a alicerçar-se na crescente quantidade e qualidade das suas
camadas mais jovens, uma enorme massa humana com que pretendem moldar o
futuro do Voleibol. E a enorme tradição do Voleibol Indoor, tanto nos
masculinos como nos femininos, começa a aparecer já mesclada de resultados
de alguns dos seus atletas no Voleibol de Praia, talvez numa homenagem
inconsciente às praias de Matosinhos, o local onde geminou o nascimento do
Leixões Sport Club no ano de 1946...

LUÍS
MACHADO, Director para o Voleibol e Presidente da Academia de Voleibol
Leixões SC, recorda:
“A aposta forte nos seniores existe há já alguns anos. Há duas épocas, por
circunstâncias várias, descemos de divisão, mas rapidamente nos levantámos.
Fomos campeões da II Divisão, com todo o mérito, e regressámos à I Divisão
e, agora, estamos a fazer um campeonato bastante interessante e, acima de
tudo, com uma equipa que tem uma aposta grande na nossa formação, como o
testemunha o grupo de atletas que compõem o plantel. Somos um clube
formador, com grandes tradições no Voleibol e é esse o caminho que vamos
continuar a seguir. Aliás, penso que deveria ser esse o caminho a seguir por
todos os clubes portugueses”..
Esses serão, por assim dizer, os frutos mais visíveis do trabalho com a
formação?
LM: “O Leixões, como outros clubes, também investiu algumas vezes em
atletas vindos de outros países, mas em face da conjuntura actual, o que
estamos a fazer parece-me o mais adequado e, independentemente disso, é o
caminho mais correcto.
Essa aposta está a dar os seus frutos. Temos duas equipas a disputar o
Campeonato Nacional da I Divisão. Para além do Leixões, só há outro clube
que está nessas circunstâncias. A equipa de femininos lidera o
Campeonato [em 28 de Novembro], só com vitórias, e a
equipa de masculinos está a ter também uma boa prestação. E as equipas da
nossa formação estão, mais uma vez, a realizar uma época muito interessante,
por isso, é de salientar o bom trabalho que se tem vindo a fazer.
No ano passado, ganhámos um título nacional [Infantis femininos], mas
continuamos a ser o clube número um em Portugal em termos de e pretendemos
continuar a sê-lo por muitos e bons anos”.
O
Voleibol teve sempre um peso muito grande na história do clube, bem como
nomes sonantes na modalidade...
LM: “O Voleibol é uma modalidade muito querida no Leixões. Este ano é
também de comemorações para nós, pois o clube ganhou o seu primeiro
Campeonato Nacional da I Divisão em 1964 [época 1963/64 em masculinos e
1964/65 em femininos], com grandes nomes do Voleibol, como Orlando Ramos,
António Rijo, Soter Ramos, pessoas com tradições grandes em Matosinhos e
mesmo noutras modalidades, pois, nessa altura, os atletas praticavam por
vezes mais do que um desporto.
Em 2014, comemoramos também o último título de campeão nacional da I Divisão
em masculinos, que conquistámos há precisamente 25 anos [época de 1988/89],
e vivemos uma data importante também para nós porque regressámos à I
Divisão, embora a passagem pela II Divisão tenha sido efémera, e queremos
continuar no escalão que o clube merece.
O clube deve perpetuar a memória daqueles que por aqui passaram [nas naves
do Pavilhão de Congressos ostentam os nomes de Ilídio Ramos e Costa Pereira]
e, se possível, reconhecer o seu trabalho ainda em vida. E é isso que
pretendemos fazer com os grandes leixonenses e grandes voleibolistas na
Gala Volley, que vai decorrer no dia 20 de Dezembro”.
Qual é o ponto da situação, relativamente ao trabalho que está a ser
realizado no Voleibol?
LM: “O Leixões atingiu um patamar bastante interessante. Temos uma
equipa técnica sólida, que se mantém connosco há já alguns anos, com mais
uma entrada ou saída. A verdade é que possuímos treinadores com muita
vontade de trabalhar e condições de trabalho excelentes.
Temos mais de 300 atletas e, inclusivamente, este ano criámos uma equipa de
seniores masculinos B, para aqueles atletas que tinham potencial mas ainda
não estavam prontos para dar o salto para a equipa principal continuarem a
jogar a modalidade que gostam e no clube que gostam.
Era um projecto antigo e que este ano conseguimos tornar realidade, sendo
mais um indício de e que estamos no bom caminho.
O campeonato arrancou há pouco tempo, mas creio que todos os leixonenses
estão satisfeitos por verem que o clube procurou fazer com que todos aqueles
que, por este ou aquele motivo não estão na equipa principal, podem
continuar a praticar a modalidade no nosso Leixões”.

Mário Martins: “Transmitimos
aos mais novos a nossa mística e raça”
Mário Martins, Treinador das equipas de seniores femininos e de juniores
masculinos, é um nome indissociável do Leixões SC das duas últimas décadas.
MÁRIO
MARTINS: “O clube tem um passado e um presente rico em quantidade e
também em qualidade. Num passado recente, houve um desinvestimento muito
grande e nós tivemos que nos adaptar, mas o trabalho da formação continuou a
dar os seus frutos e aí estamos novamente na ribalta, acho eu.
Obviamente, hoje em dia, as condições financeiras são diferentes, as
condições de trabalho são muito boas e o que é um facto é que com uma base
tão grande como a que nós temos, com a qualidade do trabalho que vamos
fazendo, com uma equipa técnica já com muita experiência e treinadores que
estão na casa há já muitos anos, acaba por se tornar fácil fazer um bom
trabalho e o reflexo disso é de facto chegar às equipas juniores e seniores
com o nível que temos apresentado e manter essa aposta na qualidade”.
A diferença está nas fornadas oriundas da formação?
MM: “Se virmos com cuidado e tirarmos os dois ou três estrangeiros
que por norma habitavam nas equipas do nosso campeonato, por assim dizer,
apercebemo-nos que mantemos hoje a realidade que mantivemos durante todos
estes anos. Plantéis de 16 atletas, com dois ou três estrangeiros no máximo,
dois reforços portugueses e os restantes 9 ou 10 oriundos da nossa formação.
Isso mantém-se, mas como agora quase nenhum clube investe em estrangeiros,
nós estamos num patamar de igualdade e acho que no bom caminho”.
Como
é possível continuar a motivar tantos miúdos a praticar a modalidade?
MM: “O Voleibol é um desporto atractivo e, embora seja suspeito ao
dizer isto, é provavelmente o melhor desporto do mundo e certamente o mais
bonito de se ver jogar.
Ao transmitirmos um pouco da nossa forma de estar, da nossa mística e raça,
que nós dizemos que nos distingue, e colocando tudo isso num jogo colectivo,
os miúdos acabam por aderir com facilidade.
O trabalho de grupo é estimulante e depois, com qualidade, os resultados
aparecem, o que motiva ainda mais, e o sucesso acaba por ser uma
consequência natural da conjugação destes factores”.
Quais foram, ao longo destes anos todos, os momentos mais marcantes como
treinador no Leixões?
MM: “Em termos desportivos, são sempre as finais que se disputam, as
que se ganham e as que se perdem, marcam e muito umas pela positiva e outras
pela tristeza, e acho que o grande marco – pelo menos, eu vou olhando para
trás e é o que eu recordo com maior alegria – é ver o contributo que tivemos
na construção pessoal de muitos dos atletas e na sua formação desportiva:
ver alguns a jogar em clubes de referência, outros a jogar na nossa I
Divisão já com um nível muito bom. Acho que essas são as melhores
recordações que poderemos ter”.
É verdade que quem passa pelo Voleibol do Leixões fica eternamente ligado ao
clube?
MM: “É difícil a quem por aqui passa ficar indiferente. Obviamente,
vai levar boas recordações e nunca esquecerá os momentos que aqui viveu,
porque não somos melhores nem piores; somos diferentes: temos uma mística e
forma de estar e quem por aqui passa contribuiu para isso e fica eternamente
ligado ao Leixões”.
Jogadores ou jogadoras que foram criados aqui e que ficaram na memória?
MM: “Num passado recente, tivemos um grupo de atletas das equipas
seniores que eu treinei durante 11 anos, um grupo duro que me vai ficar na
memória: Pedro Rosas; Ivo Casas, este provavelmente o atleta mais completo
que treinei; Ricardo Lima, o eterno capitão; Horst Schoberl, uma referência
internacional, um atleta fantástico e um ser humano fantástico, e muitos
outros que me marcaram bastante, como o Jorge Alves, um atleta da formação
que me marcou imenso. Felizmente, tive a sorte de treinar muitos atletas que
me marcaram para sempre”.
Juliana Antunes : “É um prazer
e um orgulho representar o Leixões”
Juliana Antunes Rosas é jogadora da equipa de seniores femininos e
internacional de Voleibol de Praia.
Campeã europeia universitária, por várias vezes campeã nacional de
Voleibol de Praia, o teu percurso é curioso, pois ao contrário do que
acontece hoje em dia com a maioria dos atletas, começaste pela praia e só
depois passaste para o pavilhão.
JULIANA
ANTUNES ROSAS:
“A minha prática desportiva começou até no Atletismo. Contudo, numa
brincadeira de Verão, em Matosinhos, acabei por me iniciar na prática do
Voleibol, na vertente praia.
Comecei há sensivelmente 16 anos a jogar nos torneios de Voleibol de Praia
que o Matosinhos Clube 93 organizava, e depois um director do Leixões, o Sr.
Americano, convidou-me para vir jogar Indoor, experimentar para ver se
gostava e tentar conciliar as duas coisas. Gostei e comecei a jogar Voleibol
aqui no Leixões”.
Desses tempos, uma recordação particular...
JAR: “Costumava seguir na praia a dupla Cristina Pereira / Maria José
Schuller, acompanhava os treinos e era apanha-bolas delas, adorava vê-las
jogar e o meu gosto pela vertente da praia também se deve um bocadinho ao
facto de gostar de as ver jogar. Eram exemplos para mim.
Não é fácil conciliar as duas vertentes em Portugal: no Inverno jogamos
indoor e no Verão Voleibol de Praia e, por isso, tentamos conciliar esses
dois aspectos um bocadinho com a preparação física, gerindo sempre muito bem
cada época para fazer esta transição do pavilhão para a areia”.
Uma
definição do Leixões SC...
JAR: “É um clube com uma mística muito própria. Desde miúda que me
lembro de ver os jogos no Pavilhão Siza Vieira, que enchia nas tardes de
sábado ou domingo, é uma coisa que se sente e que não consigo explicar. O
Leixões é como uma família. Não consigo traduzir essa mística por outras
palavras. É algo que só mesmo sentindo.
Gosto do ambiente, gosto de toda a gente, todos fazem esforços para estarem
aqui, apesar de todas as adversidades que todos os clubes, de uma forma ou
de outra, têm.
Mas dentro dessas adversidades e de tudo o que aparece, conseguimos dar a
volta e, com a união de todos, de directores, seccionistas, treinadores,
atletas, pais, fazemos força para que tudo dê resultado.
É um prazer e um orgulho representar o Leixões. E acho que estamos a
conseguir passar essa «mensagem», pois cada vez mais aparecem jovens que se
querem iniciar na modalidade aqui no Leixões. Talvez também por Matosinhos
ser uma cidade muito ligada ao desporto porque tem muita vivência no
Voleibol e com a experiência que tem e com o seu palmarés, todos querem vir
jogar para o Leixões”.
Bernardo Leite: “Gostava
de conquistar o título nacional”
Bernardo Leite, jogador da equipa de
juniores e de Voleibol de Praia.
Estás
há quatro anos no Leixões, já deu para perceber de onde vem a mística
leixonense?
BERNARDO LEITE: “É fácil de perceber, pois o Leixões sempre foi um clube
importante na formação e mesmo a nível de seniores, e é sempre uma ambição
chegar a sénior e tentar com que se orgulhem ainda mais de pertencerem a
este clube.
Depois, tem, como teve sempre no passado, jogadores que servem de
referência.
Por exemplo, há dois anos tivemos aqui jogadores muito bons, como o Fabrício
Regazzine Pereira, o Pedro Rosas, o Pedro Paraty, depois os seniores
atravessaram uma fase de reorganização e regressaram à I Divisão.
Tudo isso faz com que seja um orgulho enorme poder representar este clube”.
Como jogador, quais são as tuas ambições pessoais?
BL: “Não escondo que gostava de representar a Selecção Sénior de
Voleibol de Praia, bem como a de pavilhão, e continuar a jogar no Leixões e
vir a integrar a equipa dos seniores, pois isso significaria que o meu
trabalho continuava a dar frutos.
No ano passado, entrei mais tarde e não tive de conciliar os treinos de
pavilhão com os da praia [participação no Mundial Sub-19 e no I Torneio
Sub-21 da WEVZA]. Não será fácil, mas quando fazemos aquilo de que gostamos,
dá-nos ainda mais prazer superar as dificuldades”.
E
no «imediato»?
BL: “No imediato, gostava de conquistar o título nacional pelos
juniores.
A nossa equipa está ainda invicta no Campeonato. No ano passado, atingimos a
fase final e ficámos em terceiro lugar, depois de há dois anos termos ficado
em segundo. Penso que este ano temos capacidade para chegar ao título e só
nos resta continuar a trabalhar como até aqui”.
Marta Airosa: “O futuro do Voleibol
do Leixões está garantido!”
Last but not least, o trabalho que está ser desenvolvido com os
Minis deixa a Treinadora Marta Airosa satisfeita e confiante no
futuro.
Olha-se
em volta e só se vêem mini-atletas... Esta apetência pelo Leixões SC
por parte dos miúdos não tem também a ver com uma certa tradição familiar
que o clube alimenta?
MARTA AIROSA:
“Chegam-nos cá muitos filhos de ex-atletas ou treinadores. É como que
uma passagem de testemunho. E quando vêm, trazem amigos, estes gostam do
ambiente e, por sua vez, trazem outros amigos e isto torna-se uma bola de
neve. É contagiante.
É fantástico trabalhar neste clube. Os miúdos aparecem sempre em grande
número, de semana para semana, e isso é gratificante, pois o facto de o
número de atletas estar sempre a aumentar faz-nos acreditar ainda mais no
trabalho que desenvolvemos e que, dessa forma, mostra já alguns dos seus
frutos”.
Que recompensas traz um trabalho com atletas tão pequeninos?
MA:
“Muitas. Já ando nisto há muitos anos. Só para dar um exemplo, temos na
nossa equipa técnica uma treinadora que foi minha atleta em Minis A. Por
isso, teria cerca de 8, 9 anos e agora já é minha colega!
Trabalhar com a formação nestas idades é importantíssimo, pois as crianças
criam regras e valores para toda a vida, quer venham a jogar a nível
profissional ou a optar por outras”.
E de que forma a treinadora transmite a estas crianças a paixão que sente
pela modalidade?
MA:
“O Voleibol é um bichinho que é difícil desligar do nosso dia-a-dia,
pois quando se ganha o gosto pela modalidade nunca mais nos queremos separar
dela.
Estive ausente do Leixões por alguns anos; regressei à modalidade a convite
do clube e agora acho muito difícil tornar a sair.
Trabalhar com estas idades é uma coisa difícil de exprimir! Porque eles vêem
em nós para além de um treinador, um amigo, uma segunda mãe, é algo
espectacular.
Embora sejam mais difíceis de captar do que as raparigas, este ano temos já
mais rapazes do que nos anos anteriores.
Neste escalão, ainda não se nota muita diferença no trabalho com os meninos
ou as meninas, nem a nível de disponibilidade motora”.
O futuro do Voleibol leixonense está, assim, garantido?
MA:
“Não tenho dúvidas de que o futuro do Voleibol do Leixões está
garantido! Com estas crianças todas e com o seu entusiasmo, partimos de uma
base já muito alargada e que representa um bom ponto de partida para o
futuro.
É interessante verificar que alguns têm já jogadores preferidos e os mais
velhos já vão ver os jogos das equipas de formação. Alguns já pedem aos pais
para virem ver os jogos dos seniores e, como tal, começam já a ter jogadores
de referência no clube”.

Fundado em Novembro de 1907, o Leixões Sport Club é um clube ecléctico no
qual se começou a destacar, desde as décadas de 60 e 70 do século passado, o
Voleibol, que conta já na sua vitrina com 78 títulos nacionais: 1 Supertaça
de femininos; 13 Taças de Portugal (8 femininos e 5 masculinos); 15
Campeonatos da I Divisão de seniores femininos (11 dos quais consecutivos,
de 1975/76 a 1985/86); 8 Campeonatos da I Divisão de seniores masculinos (o
1.º em 1963/64 e o último em 1988/89), mais 1 da A2 em femininos; 3 da II
Divisão (2 de masculinos e 1 de femininos) e 1 da III Divisão (femininos);
14 de Juniores (9 de masculinos e 4 de femininos), 13 de Juvenis (9 de
masculinos e 4 de femininos); 1 Taça de Juvenis femininos; 7 de Iniciados (6
femininos e 1 de masculinos) e 2 de Infantis (1 de femininos e 1 de
masculinos), o que o transforma no clube português com mais títulos
nacionais na modalidade...
Novembro 2014

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