O VOLEIBOL COMO ELO DE LIGAÇÃO

A antiga Escola da Sequeira, agora Escola
Carolina Beatriz Ângelo é vista por muitos como um exemplo do que é
possível fazer para promover a prática desportiva, consubstanciada no
Gira-Volei, e manter-se sempre num nível elevado com o passar dos anos.
A isso não serão alheias inovações como o Boletim Informativo, que desde
2004 tem mostrado o bom trabalho desenvolvido pela escola na divulgação do
Gira-Volei e Gira +, e o lançamento do livro «Sequeira Voleibol – 10 Anos de
Emoções».
Quem entra nas instalações da Escola Carolina Beatriz Ângelo facilmente se
apercebe que aqui se respira Voleibol...

José Grilo dos Santos foi Director do
Agrupamento de Escolas Carolina Beatriz Ângelo de 1999 a 2013.
Qual é o sentimento
predominante ao deixar um projecto que viu nascer e acompanhou desde o seu
início?
JOSÉ GRILO DOS SANTOS: “É um sentimento de perda. Foram quinze anos
ligados à escola, ou seja, desde o seu início. É claro que quando
abandonamos uma coisa pela qual lutámos e trabalhámos, custa-nos sempre um
pouco.
A minha vida atravessa agora uma situação diferente. No fundo, saí da minha
profissão com a convicção de um dever cumprido. Durante esses 15 anos,
tentámos fazer o melhor possível pela escola e pelos alunos e o desporto
esteve sempre em primeiro lugar, porque estivemos sempre conscientes da sua
importância”.
No caso concreto, o Voleibol pode ser visto como uma mais-valia para a
escola e comunidade?
JGS: “Sim e desde o primeiro momento que defendemos que o desporto
escolar deve estar presente nas camadas jovens e na educação e por razões
diversas. Desde logo, pela consolidação de comportamentos desejáveis nos
alunos, porque na prática do desporto os alunos aprendem regras, consolidam
formas de lidar uns com os outros, aprendem a ser responsáveis e a saber
perder, mas também aprendem a lutar por aquilo que desejam.
Por outro lado, ajudou muito a criar um clima de escola. Nós defendemos que
cada escola deve ter uma identidade própria e, durante estes anos, lutámos
para criar um clima de escola onde todos os elementos que compõem a
comunidade educativa, nomeadamente os professores, os assistentes
operacionais, os alunos e os próprios pais, gostassem de estar cá, sendo que
o Voleibol contribuiu muito para criar esse clima de escola.
Os nossos alunos, quando saíam para qualquer lado, fosse para competir entre
escolas, a nível regional, fosse a nível nacional, saíam contentes e com
orgulho e vontade de representar a escola.
Os alunos começaram a ter gosto pela modalidade. Para isso, foi determinante
a acção do professor Nuno Lemos. Ele tem uma relação óptima com os alunos;
sabe ir ao encontro dos seus desejos, mas também sabe dizer-lhes não quando
é necessário.
Essa relação que criou com os alunos é tão forte que ainda hoje aqueles
alunos que já saíram da escola há muito tempo vêm à escola para nos ver e
para jogar Voleibol.
O professor Nuno Lemos teve esse condão, o de criar uma espécie de élan
dentro da escola, onde todos os jovens se reviam e o Voleibol serviu de elo
de ligação em toda a comunidade educativa.
É claro que também houve outras modalidades que tiveram um grande peso, mas
não tenho dúvida nenhuma que o Voleibol congregou vontades e os desejos de
muitos alunos”.
Quando foi introduzido o Voleibol na escola, estava à espera que esta
modalidade tivesse um impacto tão grande, mesmo a nível nacional?
JGS: “Não, até porque nós nem tínhamos essa intenção e o próprio
professor Nuno Lemos não tem como objectivo principal a obtenção de
resultados desportivos a nível das competições. A nossa meta continua a ser
a formação de cidadãos de corpo inteiro, seguindo a máxima de «mens sana in
corpore sano». Isso é o que tem acontecido e, depois, o resto vem por
acréscimo, como os resultados nas competições e, no fundo, a vontade de se
mostrarem e de trabalharem em prol do Voleibol.
E a pouco e pouco isto começou a alastrar por todas as escolas da região e a
Escola da Sequeira, mais tarde Escola Carolina Beatriz Ângelo, começou a ter
nome, tanto junto das outras escolas do distrito como até a nível nacional,
pensamos nós, fruto da força dos alunos e do professor Nuno Lemos”.
Referiu
que saiu com a sensação de «missão cumprida», mas ficou no papel algum
objectivo que gostasse de ver realizado?
JGS: “Ficam sempre, embora não haja nenhum em especial. Foi uma
quebra abrupta, pois para além da minha aposentação e consequente saída da
Direcção, houve a questão do mega-agrupamento, a junção de três escolas: o
Agrupamento de Escolas Carolina Beatriz Ângelo, o Agrupamento de Escolas de
São Miguel e a Escola Secundária da Sé.
Quando se fez este mega-agrupamento, também foi constituído o Agrupamento de
Escolas de Afonso de Albuquerque, com a escola com o mesmo nome e a Escola
Urbana Santa Clara.
A partir daí, aquele clima de escola, aquela identidade própria que durante
14 anos nós tínhamos conseguido construir, foi colocada perante uma
realidade diferente.
E agora é preciso lutar por um clima próprio do Agrupamento de Escolas da
Sé.
De modo que, quando nos deram a notícia de que nos iríamos agrupar, agregar
a outras escolas, isso significou o primeiro corte abrupto, e nós ficámos a
pensar que iríamos perder tudo aquilo por que tínhamos lutado.
Com a minha saída, ficam sempre algumas coisas por concluir, sucessos
escolares que nós pretendíamos que tivessem uma expressão ainda maior e
estávamos a trabalhar nesse sentido.
Sentimos que, mesmo que ao longo dos últimos anos tenhamos vindo a ter muito
bons resultados a nível educativo e a nível do desporto, havia algumas
coisas que poderíamos ter melhorado e que gostaríamos de aperfeiçoar, até
relativamente às próprias instalações, que são óptimas mas que poderiam ser
ainda melhores.
É claro que fica sempre um sabor amargo, porque nunca conseguimos fazer tudo
o que queremos, pois surgem sempre ideias novas que por vezes não se
reflectem na realidade”.

Tendo em consideração as alterações provocadas pelo mega-agrupamento, que
conselho daria aos alunos da CBA?
JGS: “Que
continuem a lutar pelos seus objectivos e pelo Voleibol, pois o desporto
escolar é importantíssimo, sobretudo no ensino básico, e não prejudica de
maneira nenhuma o rendimento escolar, antes pelo contrário.
Estamos a falar de jovens e adolescentes que precisam de consolidar regras e
normas, de criar a sua personalidade, ou seja, estão a tornar-se
responsáveis. Ora, o desporto escolar, e nomeadamente o Voleibol no caso do
nosso agrupamento, contribui precisamente e de uma forma muito decisiva para
esse objectivo primordial: formar cidadãos de corpo inteiro.
Agora, a ideia é fazer do mega-agrupamento (agrupamento de escolas da Sé)
como se fez anteriormente, que os alunos se agreguem em volta do Voleibol ou
de outros desportos escolares, que lutem por ter um agrupamento de escolas
óptimo, onde toda a comunidade educativa se possa rever e que tenha orgulho
no seu agrupamento de escolas.
É bom que se unam com outras escolas que constituem o agrupamento e que em
conjunto lutem por serem bons jovens, responsáveis e com bons
comportamentos, que sejam bons cidadãos e que tenham sempre vontade, como
agora acontece, de visitarem a escola e os antigos colegas e professores.
A unidade faz a força e era bom que os alunos de todo o agrupamento
estivessem unidos”.
Paula Rodrigues: “O espírito de sacrifício
era evidente nos alunos que praticavam Gira-Volei”
Paula Rodrigues é a Responsável pela Escola Básica CBA.
Apesar
de ter acompanhado o desenvolvimento da escola desde o seu início, herdou
agora, devido à saída do Director e às alterações institucionais, uma
herança pesada?
PAULA RODRIGUES: “Bem pesada. O Dr. José Grilo dos Santos é um
profissional que me ajudou ao longo destes quinze anos e, sem ele, eu não
seria a pessoa que sou hoje.
Aprendi tudo o que é importante na Direcção de uma escola, mas não só. A
nível de recursos humanos, aprendi como a relação interpessoal entre colegas
e entre alunos, pais e entre pessoal não docente é um factor muito
importante para qualquer instituição e penso que a partir daí é que o
sucesso e outras qualidades que uma escola deve ter aparecem naturalmente.
Nesta escola, existe esta boa relação, este bom ambiente, que foram criados
através de múltiplas actividades e projectos, da boa vontade de muita gente
e do trabalho de equipa de muitos colegas. É algo que sempre houve e que
ainda sinto hoje, pois, mesmo com todas as mudanças, com legislação que sai
e com a qual às vezes não concordamos mas que temos de cumprir, o espírito
de equipa nunca faltou”.
O
desporto pode ser o meio de propagação dessa mensagem de entreajuda?
PR: “Quando dizem que os adultos devem passar o bom exemplo aos mais
novos, foi isso que foi transmitido, através, sobretudo, do Gira-Volei. Eu
vi sempre nos nossos alunos aquele sentimento de querer fazer. O espírito de
sacrifício que muitas vezes dizem que os nossos jovens não têm, era evidente
nos alunos que praticavam Gira-Volei, que queriam sempre treinar mais algum
tempo, ficando a praticar a modalidade mesmo quando já não tinham aulas e
podiam ir para casa.
O prazer de ganhar, obviamente toda a gente o tem, mas quando isso não
acontecia eles não baixavam os braços e queriam investir mais. A juntar a
isto, e sendo alunos do quinto ao nono ano, havia sempre a preocupação dos
mais velhos acompanhar os mais novos e ensiná-los, e é isto o espírito de
equipa e é isto que eu sinto tanto no pessoal docente como no pessoal não
docente e nos nossos alunos em especial. Acho que eles são hoje o que são
pelo exemplo que viram no dia a dia nesta escola, durante estes anos”.
Com o mega-agrupamento, a CBA corre o risco de perder um pouco da própria
identidade como escola?
PR: “A opinião de grande parte das pessoas é que essa situação poderá
acontecer, mas eu acredito que neste Agrupamento de Escolas da Sé toda a
gente terá já em mente que nós vamos fazer o nosso agrupamento. E o nosso
agrupamento é constituído por todos nós, não é só esta escola, são as outras
também.
No caso concreto do desporto, já que esta escola tem boas práticas, vamos
tentar transmiti-las às outras escolas, como elas nos transmitirão outros
exemplos, fazendo com que se mantenha a prática do desporto e que o sucesso
escolar seja de todo o agrupamento”.
José Luís Lopes: “O desporto tem feito
um trabalho extraordinário nos nossos jovens”
José Luís Lopes é o Coordenador do Departamento das Expressões, na CBA.
Qual
é a importância do Voleibol para os alunos da Escola Carolina Beatriz
Ângelo?
JOSÉ LUÍS LOPES: “O Voleibol já fazia parte da cultura da escola,
ainda antes de eu ser coordenador do departamento. Quando cheguei à escola,
há 10, 11 anos, o Voleibol tinha já praticamente a implementação que tem
hoje.
A importância que tem para os nossos alunos é enorme. Todas as pessoas que
se aproximem da escola durante o intervalo, podem ver uma moldura humana
significativa a praticar Voleibol. O colorido é algo fantástico, e esta é a
primeira imagem que damos para o exterior.
Depois, tem um peso fundamental, acredito eu, na educação dos nossos jovens,
e isto resulta da própria formação que é intrínseca a toda a escola, mas que
o professor Nuno Lemos implementou no seu grupo de alunos/atletas”.
Os valores e princípios que a escola defende encontram eco no desporto e,
sobretudo, na vertente social do Voleibol?
JLL: “Sem dúvida nenhuma, e em todas as modalidades que nós
oferecemos aos nossos jovens. Acredito muito honestamente que o desporto
escolar tem feito um trabalho extraordinário nos nossos jovens e isso é
latente na evolução da sua vida académica e, nalguns casos, na sua vida
profissional e tenho a certeza que é esse sentimento de partilha que eles
levam daqui que os faz regressar.
Nós temos dois momentos no ano em que eles regressam à escola, reunindo de
uma forma massiva, e eu acredito que isso resulta muito do trabalho que é
feito no desporto escolar, nomeadamente com o grupo da equipa de Voleibol”.
Quem
passa por esta escola, parece sentir uma grande vontade de regressar...
JLL: “O encontro dos antigos alunos, que realizamos anualmente nas
modalidades de Futsal e de Voleibol, constitui um momento de convívio
fantástico, um momento em que os antigos alunos revivem amizades e antigos
professores, revêem o professor Nuno Lemos, que foi o seu treinador, e
aproveitam, naturalmente, para jogar Voleibol.
É sempre um momento muito interessante. No Gira-Volei, também aparecem
muitos antigos alunos e praticantes.
Não é de estranhar, pois a escola transmite um conjunto de valores, através
do desporto e da prática do Voleibol, que dificilmente eles adquiririam se
não praticassem a modalidade”.
Terá sido o espírito de equipa dos próprios professores o grande responsável
por este êxito?
JLL: “Nós somos uma escola pequena, quase dois terços dos alunos
praticam as modalidades do desporto escolar, temos muitos alunos que
praticam mais de uma modalidade, e isto deve-se ao trabalho de todos os
professores de educação física, ao apoio fantástico que a Direcção da escola
nos tem dado e à própria motivação dos alunos.
O que é que acontece? Os alunos começam a vir em grupo; há um amigo que traz
outro amigo, que por sua vez também vem acompanhado e assim por diante”...
Nuno Lemos: “O Gira-Volei
deu muito à Escola, aos alunos e a mim"
Nuno Lemos é o Responsável pelo
Voleibol da EB Carolina Beatriz Ângelo.
A
canção diz que «10 anos é muito tempo». No vosso caso, «10 anos de
emoções»... é muito ou pouco tempo?
NUNO LEMOS: “É pouco, porque é feito com muito gosto e a minha intenção
é prolongar isto por muitos mais anos, cada vez com mais atletas, tentando
que eles vão aprendendo e adquirindo individualmente comportamentos,
atitudes e valores porque o objectivo é esse mesmo. Mais do que as vitórias,
o principal é adquirirem alguns comportamentos que nós consideramos
importantes para a sua vida futura.
Já estou na escola há 14 anos, comecei o Gira-Volei logo no primeiro ano, em
2001, e posso dizer que estes anos todos só me trouxeram alegrias.
Na altura, não sabia em que é que me estava a meter! Tive a felicidade de
entrar neste projecto e ao longo dos anos os êxitos foram aparecendo. É
verdade que temos tido muito bons resultados em termos desportivos, mas esse
aspecto é o que menos valorizo porque tudo o que está à volta disso é bem
mais importante”.
Ao longo destes anos, o que é que o Gira-Volei deu à escola?
NL: “Deu muito à Escola, aos alunos e a mim. Deu muito à Escola, porque
as experiências que os alunos têm tido são reconhecidas pela Direcção da
Escola, que sabe que o Gira-Volei é um projecto válido e bem organizado e
dá-nos toda a sua colaboração; aos alunos, porque todos os anos proporciona
experiências novas, e a mim porque é uma satisfação trabalhar na Escola com
estes jovens, trabalhar com a Federação, porque os seus técnicos
responsáveis pelo Gira-Volei têm sempre uma atenção, estão sempre
disponíveis às nossas solicitações”.
E na qualidade de professor, como assiste ao crescimento dos alunos,
enquanto cidadãos e atletas?
NL: “Para mim, é um orgulho enorme ver o seu crescimento, principalmente
como pessoas. Como atletas, claro que também é muito positivo, mas neste
aspecto nós chegámos a um ponto em que, para já, não podemos dar o passo
seguinte, que é avançar para federado.
Orgulha-me vê-los a começar a jogar Voleibol aqui no quinto ano, o percurso
todo deles na Escola e o facto de saírem da Escola e voltarem todos os anos
para os Encontros dos Antigos Alunos, bem como regressarem às competições de
Gira +.
E posso avançar que este ano vai ser especial porque pela primeira vez vou
jogar Gira + com um ex-aluno meu. Um aluno que começou a jogar Voleibol
comigo no 5.º ano, e que agora tem 23 anos e que vai formar dupla comigo no
Gira +, e creio que vai ser muito interessante e muito emotivo”.
São vistos como um exemplo para outras escolas e outros centros de
Gira-Volei...
NL: “Considero que fazemos apenas o que muitas outras escolas e outros
centros fazem. Se calhar, a diferença é que nós vamos mostrando mais porque
temos o Boletim Informativo, temos a nossa página na Internet, editámos o
livro e isso dá alguma visibilidade ao nosso trabalho, mas conheço muitos
exemplos de outras escolas que fazem um trabalho semelhante, com a mesma
qualidade.
Se porventura alguém vê em nós um exemplo, pelas boas práticas, e tenta
fazer o mesmo na sua escola, isso só poderá constituir um motivo de orgulho
para nós porque significa que o nosso trabalho é de valorizar e de
aproveitar”.
O reconhecimento por parte da comunidade é determinante?
NL: “O facto de sermos acarinhados pela comunidade escolar é
importantíssimo, e os professores da escola têm sido excepcionais porque
entenderam a importância que o Voleibol têm para os alunos e para a escola e
colaboram connosco.
Em relação à comunidade extra-escolar, claro que o reconhecimento também é
muito importante, pois valorizam o nosso trabalho, sobretudo os pais e o
espelho disso são alguns dos textos emotivos que foram publicados no Boletim
Informativo número 100.
A expressão do Voleibol que temos neste momento nunca seria a mesma se não
existisse o Gira-Volei”...

100 Edições do Boletim Informativo é um número bem redondo...
NL: “Bem redondo e constituiu um momento diferente. Desde 2004 que
publicávamos todos os meses o Boletim Informativo com as actividades que
realizávamos na escola. E ao atingirmos o número 100 tínhamos de fazer algo
diferente, e eu lembrei-me de pedir aos amigos do Voleibol da Sequeira,
Escola CBA, que dessem um pequeno contributo, em forma de texto, para não
ser só eu a fazer essa edição.
O que aconteceu foi algo que me surpreendeu, textos muito emotivos,
exagerados em relação à minha pessoa, mas que nos dão ainda mais vontade de
continuar a trabalhar e uma grande responsabilidade por aquilo que lá
escreveram e que, como é óbvio, também nos enchem de orgulho”.
Levantando um pouco o véu em relação ao futuro...
NL: “O futuro é continuar a trabalhar com os alunos, enquanto eles
quiserem, pois eu trabalho para eles, como é óbvio, enquanto eu tiver aqui
alunos com vontade de jogar, de treinarem como treinamos, eu vou estar
sempre disponível para eles, como não podia deixar de ser.
Gostamos de dar mais um passo à frente, de federar uma equipa, mas é
complicado, tentámos e de certa forma conseguimos, através dos antigos
alunos, criar há cerca de três anos, uma equipa sénior que participou no
Campeonato Nacional da III Divisão, exclusivamente com antigos alunos da
escola, mas a equipa aguentou-se dois anos. As deslocações são muito
grandes, é muito complicado gerir um projecto desses. Houve um clube que
pegou neles, que foi o Guarda Unida, mas as dificuldades são enormes e a
equipa acabou por terminar este ano.
Mas eu gostava muito de, mesmo em termos de escola, avançar com uma equipa
federada”.
Testemunhos
Armando
Martins, 20 anos, antigo aluno,
viu o mar pela primeira vez quando foi a Oeiras disputar o Encontro
Nacional de Gira-Volei, em 2008. Seis anos volvidos, continua a praticar a
modalidade.
O que é que te leva a regressar à escola?
“O Voleibol para mim é uma paixão. Comecei aos nove anos, com o Gira-Volei,
e até hoje continuo a praticar Voleibol.
Comecei aqui na escola no Gira-Volei e cheguei a sénior federado, lá fora.
Agora, como comecei a trabalhar, continuo a praticar mas no Gira-Volei [Gira
+].
Um dos momentos que te marcou foi um Encontro Nacional disputado em Oeiras,
no Estádio Nacional...
“É verdade. Foi nessa Final que eu fui, com os meus colegas, pela primeira
vez à praia e vi o mar.
O Gira-Volei proporciona-nos momentos desses, de convívio e de experiências
novas. São ocasiões que não se esquecem e que recompensam todo o trabalho
que desenvolvemos.
Os Encontros Nacionais eram inesquecíveis, principalmente para nós, que
éramos miúdos. Passávamos o fim-de-semana fora, a conviver com os amigos.
Fazíamos amizades novas, havia sempre dias de calor. Era espectacular”.
João
Marques, Capitão dos Iniciados Masculinos
“Chamo-me João, tenho catorze anos e sou o capitão de equipa dos Iniciados
Masculinos.
Sou o passador da equipa e jogo desde o sexto ano...e eu já estou no nono!
Tornei-me capitão de equipa este ano. Foi uma coisa natural. O professor
Nuno Lemos pediu-me para ser capitão e até agora tenho tentado cumprir bem
as minhas funções.
Como? Puxando sempre por eles, tendo muito garra e sendo o último a
desistir, mesmo quando já não temos hipóteses.
A nossa escola tem uma grande tradição no Voleibol e quando eu estava no
sexto ano, alguns colegas meus foram campeões nacionais de Gira-Volei, o que
me despertou o interesse pela modalidade. Isso e o facto de alguns dos meus
amigos também terem começado a praticar, levou-me a abraçar o Voleibol
através do Gira-Volei”.
Ricardo
Costa, ex-aluno da CBA
“Sou o Ricardo Martins da Costa, tenho 17 anos e jogo Voleibol há quatro
anos.
Fui campeão nacional há dois anos, com um parceiro que também foi formado
nesta escola pelo professor Nuno Lemos, que nos ensinou a jogar Voleibol e
sempre nos ajudou em todos os aspectos.
No ano passado, cheguei à Final do Gira-Volei e, infelizmente, perdi. Não se
pode ganhar todos os anos, mas desfrutei da experiência.
Esta escola consegue ter muitos campeões porque o professor Nuno Lemos
ensina muito bem como se joga Voleibol e também porque os alunos são muito
dedicados à prática da modalidade. Os alunos aplicam-se muito nos treinos e
em tudo aquilo que fazem.
Por outro lado, o ambiente que se vive nesta escola é muito agradável, aqui
somos todos amigos uns dos outros. Infelizmente, já cá não ando, mas sinto
muitas saudades...
É isso que me faz voltar cá, o Voleibol e a alegria que a modalidade
transmite aos seus praticantes, criando o bom ambiente que sentimos aqui”.
Eugénio
André, funcionário da CBA
“Sou funcionário da Escola Carolina Beatriz Ângelo há 15 anos e posso dizer
que conviver com o pessoal do Voleibol é muito agradável, muito bom mesmo.
Os garotos são espectaculares. E temos um conjunto de professores cinco
estrelas. O professor Nuno [Lemos] consegue movimentar isto tudo e imprimir
uma grande dinâmica.
Toda este dinamismo e a convivência e a amizade que eu tenho com o Nuno são
marcantes. A escola ajuda-nos muito e eu, como simples funcionário, tento
fazer o melhor possível para que tudo corra bem.
Os miúdos cresceram aqui e já são homens... E agora é que vemos a
importância e influência que tivemos no seu crescimento.
A convivência entre alunos, funcionários e professores transforma isto numa
espécie de grande família e isso contribui para o bom funcionamento da
escola.
Não tenho dúvidas de que o Gira-Volei ajudou muito estas crianças a
evoluírem e a crescerem como homens e mulheres e só desejo que estes jovens
continuem a apostar na sua educação, que sejam simples como até aqui e
sempre honestos consigo mesmos”.
Abril 2014

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