GIRA-PRAIA À (RE)CONQUISTA
ALÉM TEJO

Com a tradição no Voleibol e Voleibol de Praia fortemente enraizada nas localidades a Norte do Rio Tejo, os primeiros passos de (re)conquista da zona Sul foram dados com a criação de quatro centros de Gira-Praia em pontos estratégicos da zona algarvia, mais concretamente em Albufeira, Faro, Lagos e Portimão. E os benefícios estão à vista. Tanto para os monitores como para os atletas, o Gira-Praia permite mais oportunidades de jogar, mais competições e maior competitividade, bem como mais convívio e confraternização.

 

 

Paulo Pinho é o Director Técnico Regional da Associação de Voleibol do Alentejo e Algarve (AVAL) e um dos grandes dinamizadores da divulgação e promoção do Voleibol nas regiões mais a Sul do País, primeiro com o Gira-Volei e, mais recentemente com o Gira-Praia.

“O caminho até aqui não foi fácil, sobretudo no início”, recorda Paulo Pinho, antes de revelar o segredo para o sucesso do empreendimento a que a FPV e a AVAL deitaram mãos:
“Depositámos muita esperança no nosso trabalho e imprimimos sempre muita dinâmica àquilo que fazíamos. A constituição da Associação (AVAL) foi um passo decisivo neste caminho, pois passámos a poder usufruir de mais recursos.
O que começou com o Gira-Volei, e com as pessoas que abraçaram, nesta região, esse projecto federativo, tornou-se um projecto comum à zona do Alentejo e do Algarvee poderá constituir um momento marcante para o arranque da modalidade na zona mais a Sul do País”.

O VOLEIBOL –Para concretizar esse desejo, o que é necessário fazer?

PAULO PINHO: “Acima de tudo, é preciso continuar, com muito trabalho, muita garra e vontade e alguma carolice à mistura e creio que as coisas têm corrido bastante bem a esse nível.
Os atletas fizeram uma época fantástica, correspondendo ao trabalho dos técnicos e creio que nós também conseguimos estar à altura das exigências dos atletas, dos treinadores, dos clubes, dos dirigentes desportivos e acredito que estamos a construir um projecto muito sólido para o futuro, que, como tudo na vida, demorará algum tempo a evidenciar-se”.


A prática regular assume muita importância no percurso dos atletas…


PP: “Este ano já conseguimos organizar várias provas de Gira-Praia e ter atletas a competir com regularidade de Março até Julho e notámos que os atletas daqui sentem-se ainda mais satisfeitos por praticarem Gira-Praia do que o próprio Gira-Volei, que teve grande impacto nas escolas. Os atletas fizeram muito bem essa passagem do Gira-Volei para o Gira-Praia e são muito constantes e muito regulares. A sua participação espelha um pouco essa vontade dos clubes em mobilizar atletas”.

Como foi o acolhimento do CEV Beach Volley Summer Festival em Portimão?

PP: “Para nós, a realização aqui de um evento como o Summer Volley Festival é bastanteimportante porque significa o corolário de um trabalho de base que tem vindo a ser feito ao longo dos últimos anos, inicialmente com o Gira-Volei e agora com o Gira-Praia.
Este festival significa para os jovens aquilo que lhes procuramos transmitir como mensagem ao longo de toda a época: a praia pode ser um local para competir e para darem largas à sua alegria por fazerem aquilo que mais gostam, que é praticar Voleibol.
Acredito que este festival vai mobilizar alguns atletas, que vão querer constituir-se na nova época em novos clubes e vão querer acolher esta vertente da modalidade.
Há clubes que querem movimentar-se no sentido de desenvolverem o Voleibol de Praia. É importante o facto de terem condições de treino e os custos de treino também não serem muito elevados e isso também é uma parte importante para que os projectos consigam sobreviver”.

 



  António Espírito Santo: “Tem sido necessário
implementar uma política de proximidade”

 

António Espírito Santo, Presidente da Associação de Voleibol do Alentejo e do Algarve (AVAL), e um dos mentores da organização do Portimão Beach Volley YouthSummer Festival - LET THEM PLAY, revelou o impacto que um evento deste cariz poderá ter no desporto da região:

ANTÓNIO ESPÍRITO SANTO: “Todos os eventos funcionam como impulsos e o Festival, pela sua grandeza, mais ainda e é de facto muito importante termos conseguido trazê-lo para o Algarve, pois, na acção da AVAL, tem sido necessário implementar uma política de proximidade, um contacto pessoa a pessoa, muitas reuniões, com escolas e câmaras, a realização de muito eventos e de muitas provas e de muita competição, dado que quanto mais competição existir, mais apelativo se torna o Voleibol porque começa a ter visibilidade, e nós temos, tanto no Alentejo como no Algarve, as melhores praias, pelo que faz todo o sentido existir tudo aquilo que seja em prol da modalidade”.


Têm sido apoiados nesse percurso?


AES: “Temos tido alguns apoios a nível institucional [autarquias e IPDJ] na questão de organizar provas e levar às pessoas, sobretudo às camadas mais jovens, o desporto que se quer que seja o desporto-rei: o Voleibol.
No seguimento do desafio lançado pela FPV, com o objectivo de promover e de dinamizar o Gira-Praia e o Voleibol de Praia nas camadas mais jovens, temos quatro centros de Gira-Praia no Algarve que funcionam como pontos estratégicos, pelo que consideramos que muito rapidamente vamos ver frutos do trabalho que está a ser implementado no terreno”.


Um desejo por concretizar?


AES: “Gostava muito de ter o Voleibol de Praia implementado no Alentejo e no Algarve, ter centros de Gira-Praia no Alentejo e continuar a promover o Voleibol a Sul. A Associação de Voleibol do Alentejo e do Algarve, a nível de território, cobre metade do País e estamos constantemente a lutar para que as grandes provas nacionais e internacionais comecem a descer e acabem por ter condições para vir para o Alentejo e para o Algarve”.

 


    CENTROS GIRA-PRAIA 

 
O Gira-Praia veio para ficar e Albufeira, Faro, Lagos e Portimão foram os locais escolhidos para implementar o que se pretende que sejam verdadeiros “viveiros” de atletas com potencial.

Ricardo Rocha, coordenador do Gira-Praia a nível nacional, não tem dúvidas quanto à importância do passo dado:
“A região do Algarve apresenta condições únicas para a prática do Voleibol de Praia e imenso potencial para a captação de atletas. Para além disso, é possível treinar todo o ano, o que se reveste como um dos nossos grandes objectivos para este programa de desenvolvimento da modalidade. Contamos com o apoio de treinadores ligados aos clubes para serem os responsáveis por cada um dos centros, e esperamos num futuro muito próximo alargar este projecto a outros municípios e entidades”.

Os centros Gira-Praia no Algarve contam com o apoio e a parceria estratégica da Associação de Voleibol do Alentejo (AVAL) e dos clubes Atlético Clube de Albufeira, São Francisco Associação Desportiva (Faro) e dos Amigos de Voleibol de Portimão.

A criação dos quatro centros Gira-Praia veio impulsionar o Voleibol de Praia no Algarve e, simultaneamente, tornar ainda mais evidente o que de melhor têm as zonas abrangidas por estas regiões em termos turísticos.

Em Portimão, existia já um clube – Amigos do Voleibol de Portimão – que celebra, há mais de uma dezena de anos, em torneio o sucesso de um dos seus mais notáveis conterrâneos no que ao desporto diz respeito: João José, o eterno capitão da Selecção Nacional, pese embora o adeus à camisola das quinas ter sido oficializado na época passada, durante a Liga Mundial.

Edgar Plácido, responsável pelo Centro de Gira-Praia de Portimão:
“Estamos com o Voleibol em Portimão há 12 anos e no corrente ano resolvemos avançar para o Gira-Praia, um projecto em que nos tem dado muito prazer trabalhar. Com algumas dificuldades, que não são as normais, pois nós temos tudo, praia, sol, bom tempo, mas faltam-nos miúdos, trazer mais gente para a praia no Inverno e Primavera”.

 

Pedro Barreto, responsável pelo Centro de Gira-Volei de Lagos:
“Este projecto existe em Lagos há cerca de um ano e já apresenta alguns resultados. Estamos a gostar muito do trabalho desenvolvido até aqui. Tem sido muito importante o apoio da AVAL. Acho que é um projecto que tem pernas para continuar e gostávamos muito que num futuro próximo tivéssemos ainda mais atletas e, assim, assegurar a continuidade deste projecto federativo”.

 

 

 

 

Marco Malha, Coordenador do Atlético Clube de Albufeira, onde foi introduzido um Centro de Gira-Praia:
“Estamos a trabalhar em dois pólos: um vocacionado para os mais pequeninos em Armação de Pera, na Escola Básica 2/3, e outro sediado no nosso pavilhão, que começou com uma equipa de juvenis femininos integrada no Gira-Praia. O nosso objectivo é mobilizar ao máximo atletas para a modalidade.

 

 

 

 

 

Paulo Dias, Responsável pelo Centro de Gira-Praia de São Francisco (Faro):
“Temos 30 atletas e trabalhamos com três escalões diferentes, a nível de Gira-Volei e de Gira-Praia”.

Podem ver o que pensam sobre o Gira-Praia estes responsáveis dos centros, bem como os seus atletas na reportagem em vídeo.

 

 

 

 

 

 


    TESTEMUNHOS 




   Luís Romão (IPDJ): “O Voleibol de Praia
tem um potencial muito grande” 
 


A implantação do Gira-Praia no Algarve é vista com bons olhos mesmo ao mais alto nível institucional.

O representante do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), salienta:
“O Voleibol de Praia tem um potencial muito grande e todas as características de poder vir a ser uma modalidade impactante no Algarve. Aqui, o Verão mantém-se mais tempo e nós só damos os últimos mergulhos em Novembro; a praia e o clima muito bom durante a maior parte do ano asseguram que, efectivamente, esta é uma modalidade que tem tudo para crescer.
Para que isso aconteça, temos de trabalhar todos em parceria: um desporto bem construído e envolvente da juventude tem de passar pelas autarquias, pelas escolas, pelo IPDJ, pelos clubes, por todo um conjunto de entidades que têm de dar as mãos e fazer um trabalho de equipa, até porque nós, no Algarve, temos de defender a nossa identidade e potenciar aquilo que de melhor temos na região”.

E o que de melhor há na região é, também, o entusiasmo dos jovens praticantes de Gira-Volei e Gira-Praia, como referiram Beatriz Guerreiro, Guilherme Figueiredo e Mafalda Costa, atletas do clube Amigos do Voleibol de Portimão.

“O facto de treinarmos num Centro de Gira-Praia é muito importante e permitiu-nos já atingir as finais do Campeonato Nacional de Gira-Praia disputadas este ano em Macedo de Cavaleiros. A realização do Summer Festival em Portimão também foi excelente para conviver, fazer novas amizades e, sobretudo, chamar e cativar mais miúdos para a prática do Voleibol de Praia.
Para nós, que somos de Portimão, foi muito bom recebermos atletas de outras regiões e podermos medir forças com eles, pois queremos mais competição, pois só assim poderemos desenvolver a nossa forma de jogar”.

Outubro 2015



 

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